Indisciplina paraguaia antecipa eliminação

O Cruzeiro tinha ganho por 3-1 na 1.º mão em Belo Horizonte. Na 2.ª mão conseguiu, aos 57 minutos, marcar o terceiro golo da partida no 3-1 parcial. O Defensores del Chaco, já por si só em constante ebulição, não gostou do rumo que levava a partida e os adeptos da bancada norte começaram a apedrejar os jogadores do Cruzeiro cada vez que estes se aproximavam da baliza de Diego Barreto.

O árbitro chileno já tinha avisado e acabou por dar por concluída a partida quando o Cerro Porteño perdia por 2-3. Imagens condenáveis, mas nem por isso invulgares. Relativamente à partida propriamente dita, o Cruzeiro entrou mais concentrado e aproveitou o nervosismo paraguaio. Logo aos sete minutos, Jadilson ganhou espaço pela esquerda e cruzou para o desvio perfeito de Thiago Heleno, fazendo a bola passar por entre as pernas de Diego Barreto.

O Cerro Porteño, que já estava desorientado, ficou ainda mais desconcentrado e o Cruzeiro teve possibilidade de dilatar a vantagem. A defesa paraguaia resistiu e, gradualmente, foi avançando no terreno começanda cada vez mais a ameaçar a baliza de Fábio. Com Estigarribia em grande plano pelo lado esquerdo, o Cerro Porteño acabou por chegar à igualdade, já perto do intervalo, mas pelo lado direito. Lorgio Álvarez isolou-se com um primeiro toque e, perante a saída de Fábio, rematou junto ao poste direito para o golo do empate.

Na segunda parte, esperava-se que o Cerro Porteño mantivesse o excelente momento com que terminou a primeira parte, mas o reinício pareceu tirado a papel-químico. Desconcentração paraguaia e perigo brasileiro. Depois de duas oportunidades falhadas, o guarda-redes Diego Barreto cometeu grande penalidade sobre Ramires. Chamado a converter, Marcelo Moreno cobrou forte e colocado para o lado direito de Barreto e decidiu a eliminatória.

Até ao fim, precoce, da partida, Ramires ainda dilatou a vantagem, para pouco depois Lorgio Álvarez bisar e fixar o resultado final em 2-3. Venceu a melhor equipa, com melhores jogadores e com adeptos menos perigosos.


Enzo Francescoli