sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Organização sinónimo de sucesso


A 10 dias do início da Copa dos Libertadores da América do Sul 2008 abro oficialmente este blog que tem por missão analisar a prova e todos os seus factores de interesse: Equipas, treinadores, jogadores, grupos, surpresas, contratações, combates de titãs e outros pormenores mais escondidos ao comum leitor. A Libertadores tem início a 29 de Janeiro, com os seis jogos de pré-eliminatória sendo que para seis equipas, o sonho de participar na prova mais importante disputada no outro lado do Atlântico vai cair por terra antes da fase de grupos. E nada melhor que inaugurar este blog com os últimos finalistas na Mira: Boca Juniors (vencedor) e Grémio de Porto Alegre (vencido). Dos dois, só o primeiro está presente na edição 2008 e é curioso ver que no Grémio tudo mudou. Já o Boca fez alguns ajustes no plantel e, à partida, parece estar mais forte, embora estejamos ainda no plano teórico.


Primeiro o Grémio: é impressionante a debandada de jogadores. Mas antes disso, o arquitecto que guiou os gaúchos à Final, Mano Menezes, já comanda o Corinthians, na 2.ª divisão. Depois, dos 15 jogadores que participaram nos dois embates da decisão da prova, 12 (!) já não jogam no Grémio. É por isso natural, que a equipa não tenha a possibilidade de marcar presença constante na Libertadores pois a estabilidade é condição essencial para o sucesso de uma equipa. Em seguida, apresento os finalistas por posições e os clubes para os quais se transferiram: Sebastian Saja (GR- San Lorenzo); Patrício (DD – Portuguesa), William (DC – Corinthians), Teco (DC – não saiu) e Lúcio (DE – Palmeiras); Diego Gavilán (MC – Flamengo), Diego Souza (MC – Palmeiras), Lucas (MC – Liverpool) e Tcheco (ME – Al-Ittihad); Tuta (AC – dispensado) e Carlos Eduardo (AC – Hoffenheim). Suplentes: Sandro Goiano (MC – Sport), Douglas (MC- não saiu), Rolando Schiavi (DC – Newell´s Old Boys), Everton (MAC – não saiu) e Amoroso (AC – Aris Salonica). A equipa não ofereceu resistência ao Boca Juniors pois perdeu 0-3 na primeira mão no La Bombonera e voltou a ser derrotado no Olímpico por 0-2. Apesar de não participar na edição 2008, o clube contratou 10 reforços, sendo os mais sonantes Roger (ex-Corinthians e antigo jogador do Benfica) e Edixon Perea (avançado colombiano ex-Bordéus), além de estar a pensar em Julio dos Santos (Bayern Munique). Um projecto novo para o técnico recém-chegado Vágner Mancini.


Já o Boca Juniors, também dispensou o técnico, Miguel Angel Russo, para ir buscar Carlos Ischia. E, após intensas negociações, assegurou o estratega da equipa, que muita falta fez no embate da Final do Mundial de Clubes diante do AC Milan: Juan Roman Riquelme, o camisa 10 e organizador de jogo dos xeneizes. Quanto a movimentações de mercado, as habituais para um clube estável, organizado e habituado a títulos: saíram 4 e entraram 3, tendo um júnior subido ao escalão principal, prática recorrente dos clubes argentinos. Foram vendidos Daniel Diáz (DC – Getafe), Clemente Rodríguez (DE – voltou ao Espanyol após empréstimo), Ever Banega (MC – Valência) e Sérgio Orteman (MAD – Belediyespor, da Turquia); e contratados Lucas Castroman (MADC – ex-América), Paletta (DC – ex-Liverpool) e Júlio César Cáceres (AC – ex- América), tendo o jovem defesa-central Maidana sido promovido. O restante plantel ficou inalterável, e, para quem viu a final do Mundial de Clubes, percebeu-se que ao Boca faltou apenas um elemento que conseguisse fazer a ligação do meio-campo ao ataque, pois a fase de construção de jogo era feita a partir de Battaglia e Banega mas Palermo e Palacio nunca foram servidos convenientemente no ataque. O elo de ligação chama-se Riquelme, que regressa ao clube do coração para tentar ajudar a repetir o feito alcançado duas vezes na história do clube: ser bicampeão da Libertadores.

PS: A edição 2008 da Libertadores dá lugar a muitas surpresas, a avaliar pelos clubes que já estão garantidos na fase de grupos. A começar pelo estreante Universidad San Martín. Aguardemos pelos primeiros confrontos… conseguirão os favoritos Cruzeiro, Arsenal de Sarandí, Atlas e Lanús confirmar as expectativas?... As surpresas podem começar aqui…

Alberto Spencer

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