quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Cruzeiro avança: a ilustre casa de Ramires

Ramires festeja um de dois golos marcados
O Mineirão engalanou-se com 75 mil espectadores para receber o Cerro Porteño e a equipa orientada por Adilson Batista não desiludiu. Guiados por Marcelo Moreno e com um médio centro de pontaria afinada, de seu nome Ramires, o Cruzeiro deu um passo importante para marcar presença na fase de grupos da Libertadores, ainda que o golo de Cabrera, de penálti, mantenha a esperança nos comandados de Javier Torrente. Um bis de Ramires e outro tento de Moreno em resposta ao penálti arrancado por Ferreyra (3-1) dão alguma margem de manobra aos mineiros.

O Cerro Porteño iniciou a partida da melhor maneira e, caso Thiago Heleno não tivesse cortado um remate com selo de golo efectuado por César Ramirez nos primeiros minutos, os paraguaios ganhariam vantagem. O Cruzeiro reequilibrou-se e, apesar de construir as jogadas de ataque com algum nervosismo à mistura, era a melhor equipa em campo depois dos 10 minutos. Aos 42 minutos, primeira aparição de Ramires: solto na área, recebe a bola e com um toque subtil desvia-a de Diego Barreto. 1-0 ao intervalo.

O show de Ramires continuou após o intervalo, pois voltou a marcar nos primeiros minutos da segunda parte, numa jogada de puro oportunismo, a qual foi anulada por inexistente fora-de-jogo do brasileiro. Marcelo Moreno tanto tentou que alcançou o 2-0 aos 60', com um remate de pé esquerdo. Golo com algumas culpas para o paraguaio Barreto. Javier Torrente tirou César Ramírez e colocou Ferreyra. Resultado: o médio-ofensivo arranca um penálti que Cabrera converte a 17 minutos do final.

Adilson Batista arrisca em Marcinho - entrou para o lugar do lesionado Kerlon - para os minutos finais e Ramires corresponde com um remate seco e colocado, sem hipóteses para o desorientado Barreto. 3-1 e o Mineirão em delírio. Esta já é uma vantagem animadora para enfrentar a deslocação ao Pablo Rojas, no Paraguai. Ramires bisou e evitou que a sua equipa disputasse a segunda mão sobre brasas. Nota final para a lesão de Kerlon: 6 a 8 meses de paragem, uma baixa importante na equipa do Cruzeiro.


Alberto Spencer

Atlas aproveita erros do La Paz (2-0)

Mendivil foi a grande figura do jogo
Em busca da segunda participação na prova, o Atlas de Guadalajara conseguiu vencer o La Paz por 2-0 no jogo da 1.ª mão da pré-eliminatória da Libertadores disputada no Estádio Jalisco.

Apontado como favorito, o Atlas construiu a vitória na eficácia de aproveitamento dos erros do guardião contrário - Machado. Logo aos 11 minutos, o guarda-redes da equipa boliviana não conseguiu segurar uma bola e, mais lesto que os adversários, Ulises Mendivil não teve dificuldades em apontar o golo inaugural da partida.

Vencendo por 1-0 com um golo marcado logo nos minutos iniciais, esperava-se que o Atlas pudesse ganhar ânimo e seguir para um novo golo, mas a verdade é que até ao intervalo não houve alterações. No segundo tempo, o La Paz reagiu e esteve mais perigoso, mas pagou caro o facto de não conseguir concretizar. Novamente a aproveitar um erro do guarda-redes Mauro Machado, Eduardo Regis rematou com o pé esquerdo de fora da área e fixou o resultado final.

Após o jogo, o autor do segundo golo mostrou satisfação com o resultado mas alertou para a segunda mão: "Temos uma vantagem de 2-0 mas não há nada para festejar, o jogo na Bolívia vai ser complicado". "Faltam 90 minutos para jogar e teremos de ser muito inteligentes", adiantou.

O ex-sportinguista Bruno Marioni teve um jogo muito apagado e destacou-se, pela negativa, pelas quatro vezes em que foi apanhado em posição irregular. Além disso, foi ainda admoestado com um cartão amarelo. A escolha de homem do jogo recai em Ulises Mendaivil. Abriu o caminho para a vitória e foi sempre o jogador mais perigoso do Atlas, acabando a partida com três remates, 50 por cento dos remates da equipa.

Enzo Francescoli

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Arsenal entra a ganhar

Calderón eufórico após inaugurar o marcador

A equipa de Sarandí não poderia desejar melhor começo no primeiro jogo da pré-eliminatória da Libertadores. Na recepção aos venezuelanos do Mineros de Guayana, a turma de Gustavo Alfaro venceu por 2-0, cumprindo assim os dois principais objectivos: ganhar por uma vantagem superior a um golo e não sofrer golos em casa.

Por seu turno, Stalin Rivas, técnico do Mineros, tentou uma postura mais passiva, evitando a todo o custo que sofrer o primeiro golo cedo, de forma a que eliminatória continuasse em aberto na Venezuela.

O Arsenal entrou em campo determinado para chegar ao primeiro golo e conquistou imediatamente o ascendente da partida, contudo a falta de pontaria e a boa exibição do guarda-redes Euro Guzmán adiavam aquilo que parecia inevitável. Até que, aos 42 minutos, o avançado veterano José Luis Calderón concluiu uma jogada individual com êxito.

Na segunda parte, e perante a apatia das duas equipas, Gustavo Alfaro decidiu mudar o esquema de jogo, lançando um segundo jogador para a linha da frente: o reforço Leguizamón. Até aí, o Arsenal jogava em 4x4x1x1, com Alejandro Gómez a desempenhar o elo de ligação entre meio-campo e Calderón. A substituição de Alfaro acabou por ser decisiva, já que aos 74 minutos o avançado ex-Estudiantes executou um livre directo de forma imparável para Guzmán.

Houve ainda tempo para a entrada de Cristian Pellerano, um médio com grandes recursos técnicos contratado ao Racing. A 2.ª mão joga-se na próxima semana, no dia 5 de Fevereiro. A vantagem alcançada pela equipa argentina poderá ser decisiva para o apuramento para a fase de grupos.

Recorde-se que o vencedor integrará o grupo 8 juntamente com Libertad (Paraguai), Fluminense (Brasil) e LDU Quito (Equador).

Enzo Francescoli

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Boyacá Chicó ou Audax Italiano

Os colombianos querem surpreender e chegar à fase de Grupos

A 7 de Fevereiro o Estádio de La Independencia, na Colômbia, recebe a 1ª mão do último jogo referente às pré-eliminatórias da Libertadores: frente a frente estarão Boyacá Chicó, equipa colombiana que procura a primeira participação na prova, e Audax Italiano, formação chilena que tenta a segunda entrada na fase de grupos. Os primeiros parecem ser... o Moreirense da Colômbia, pela ascensão meteórica que fizeram da 3ª à 1ª divisão e até pelo equipamento que utilizam, aos quadrados verde-e-brancos. O Audax Italiano vai tentar aproveitar o facto de jogar primeiro fora para marcar um golo, factor que pode revelar-se decisivo, quando a 12 de Fevereiro ambos se encontrarem no Municipal de La Florida para resolver em definitivo a eliminatória.

É um facto que acompanha todas as equipas que vão jogar a Libertadores: reforços em massa. Principalmente para este tipo de clubes, cuja entrada na fase de grupos é o principal objectivo. O Boyacá Chicó investiu em força, com 12 jogadores contratados sendo os mais sonantes o lateral-esquerdo Roberto Carlos... não, não é o brasileiro pois o último nome deste é Cortés, vindo do Libertad, do Paraguai. Foi ainda buscar Victor Danilo Pacheco ex-Bucaramanga, avançado que já passou por vários clubes importantes do México, e ainda a dupla Fram Pacheco e Robinson Muñoz, resgatada ao experiente America Cali. A aposta do treinador Alberto Gamero é ambiciosa.

Do outro lado, Os Italianos, como são conhecidos no Chile, foram buscar Ibarra, também este não sendo o lateral do Boca Juniors que passou pelo FC Porto, contratado sim ao Union Española. Depois ainda chegou VillaSanti, um guarda-redes proveniente do Sportivo Luqueño, e Broli, uruguaio ex-Montevideo Wanderers, outro dos participantes nas pré-eliminatórias. Também aqui o técnico Raul Toro pensa alto. O Audax Italiano contabiliza 6 jogos na história da Libertadores, tendo somado 3 vitórias, 2 empates e 1 derrota, com 8-6 em score de golos e 11 pontos no ranking da prova. A ideia é subir algumas posições da actual 115ª que ocupa.
Alberto Spencer

sábado, 26 de janeiro de 2008

Cienciano ou Montevideo Wanderers

Primeira mão será vista por 45 mil almas no Inca Garcilaso de La Vega

Dois clubes, um peruano e um uruguaio, em busca da 6ª participação na Copa dos Libertadores. De um lado uma equipa que se reforçou bastante, com dez aquisições, e já estabeleceu a entrada na fase de grupos como o principal objectivo da temporada; do outro, o grande rival do Nacional Montevideo no Uruguai, preparado para subir no ranking à custa de uma equipa que pouco mudou, apostando na estabilidade: apenas cinco entradas, uma delas proveniente do maior clube (em termos de ranking) da Libertadores e afastado da prova nos últimos anos: Peñarol.

O Cienciano é treinado por Franco Navarro, importante avançado peruano nos anos 80, alcunhado de El Chaco. Navarro aposta não só na fase de grupos mas também na conquista, ainda que seja uma ambição algo escondida, do terceiro título internacional do clube. Sendo o único “internacionalizado” do Peru, o Cienciano conta no seu palmarés com uma Copa Sul-Americana em 2003 (bateu o River Plate por 4-3 no total das duas mãos) e uma Recopa 2004 (bateu o Boca Juniors, sob o comando de Freddy Ternero).

A primeira mão joga-se no Peru a 31 de Janeiro sob o olhar de 45 mil almas no Inca Garcilaso de La Vega, ficando a eliminatória decidida no Alfredo Victor Vieira, na capital do Uruguai, com capacidade para 12 mil pessoas. Quanto às performances alcançadas na Libertadores, o Cienciano fez 28 jogos, tendo ganho 9, empatado 2 e perdido 17, com 36-53 em golos, enquanto o Montevideo Wanderers efectuou 33 desafios, tendo ganho 11, empatado 8 e perdido 14. Sofreu mais três golos do que os que marcou: 43-46. O primeiro tem 29 pontos, classificando-se na 73ª posição do ranking, enquanto o segundo soma 41 pontos, ocupando a 61ª posição na tabela de participantes.

No plano dos reforços, o mais sonante do Cienciano é o avançado argentino Facundo Diz, ex-Tigre; já o Montevideo conseguiu assegurar o experiente defesa-central ex-Peñarol, Sebastián Galán.
Alberto Spencer

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Lanús ou Olmedo

Frente a frente, estão duas equipas com pouca ou nenhuma experiência na Libertadores. De um lado, os equatorianos do Olmedo têm três participações na Copa Santander Libertadores (2001, 2002 e 2005). Do outro, os argentinos do Lanús, orientados por Ramón Cabrero, estreiam-se na prova depois das boas campanhas que têm conseguido no campeonato argentino, que culminou com a conquista do Apertura em 2007.

O Olmedo, equipa sediada em Rio Bamba, a 2700 metros de altitude, tenta aproveitar essa factor para ganhar vantagem sobre os adversários, mas só por uma vez conseguiu passar a fase de grupos. Foi em 2002 quando, integrado no grupo 4 com América Cali (Colômbia), Bolivar (Bolívia) e Atlético Paranaense (Brasil), alcançou três vitórias, todas elas em casa, na primeira fase apurando-se no segundo lugar. No entanto, na segunda fase foram copiosamente goleados pelos mexicanos do Monarcas de Morelia (5-0 e 3-2).

O Olmedo chega a esta fase depois de ter sido terceiro, lutando até ao fim pelo segundo lugar, no campeonato equatoriano. Para atacar a Libertadores, o presidente Eduardo Granizo reforçou a equipa com nove jogadores: seis equatorianos e três argentinos. A saber: Edwin Villafuerte (guarda redes ex-Barcelona), Juan Guerrón (defesa ex-Macará), David Reasco (médio ex-Deportivo Cuenca), Elvis Bone (médio ex-Aucas), Cristian Badaracco (médio argentino ex-Sportivo Desamparados), Sebastián Descani (médio argentino), Estuardo Quiñónez (avançado ex-Deportivo Quito), Maximiliano Antonelli (avançado argentino ex-Deportivo Libertad) e Lucas Godoy (avançado argentino ex-Berazategui).

O Lanús goza claramente o melhor momento da sua história. Depois de ter conquistado o Apertura em 2007 contra todas as expectativas, a equipa de Ramón Cabrero aposta na continuidade para manter os bons resultados, esperando que a estreia na Libertadores seja uma certeza. Foi contratado apenas um jogador (Ivan Macalik ex-Ferro Caril Oeste), saíndo três: Roberto Giménez (9 jogos e 1 golo), Diego Manicero (4 jogos) e Walter Ribonetto (18 jogos e 1 golo).

A estrutura base da equipa mantém-se com os naturais destaques para o guarda-redes Bossio, os médios Lautaro Acosta e Diego Valeri e o avançado goleador José Sand, autor de 15 golos em 15 partidas no último campeonato.

Enzo Francescoli

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Atlas Guadalajara ou La Paz

Bruno Marioni em destaque no Atlas
A 30 de Janeiro de 2008 defrontam-se duas equipas pouco ou nada experientes na Copa Santander Libertadores. Enquanto o Atlas Guadalajara procura a segunda participação na prova, o La Paz se vencer, estreia-se na competição. O Atlas efectuou 10 jogos na Copa Libertadores 2000, tendo averbado 4 vitórias, 2 empates e 4 derrotas, sendo apenas eliminado nos quartos-de-final pelo Palmeiras, obtendo um score positivo de 20-16 em golos.

Os mexicanos têm em Bruno Marioni a grande figura da equipa, decisivo na qualificação para a pré-eliminatória e antigo jogador do Sporting, conhecido na altura por Bruno Giménez, mas contrataram Jorge Bava (ex-guarda-redes do Libertad) e Emanuel Centurión (ex-Colón Santa Fé). O treinador é o experiente Miguel Angel Brindisi, natural de Buenos Aires, tendo já orientado clubes históricos na Libertadores como Racing Club, Boca Juniors, Independiente ou ainda o Espanyol de Barcelona ou a Selecção da Guatemala. A experiência acumulada por este técnico argentino pode ser um dos trunfos para o Atlas conseguir uma boa campanha. O clube, fundado em 1916, ocupa a 108ª posição no ranking da Libertadores com 14 pontos somados.

Já o boliviano La Paz é um clube recente, formado a 30 de Maio de 1989, inicialmente baptizado de Club Atlético Gonzalez, em homenagem do fundador, Maurício Gonzalez, ao seu pai, Walter Gonzalez. Passou a chamar-se La Paz em 2002, pois Maurício Gonzalez decidiu depois homenagear a terra que o viu nascer. Este clube andou sempre nas segundas divisões da Bolívia, tendo conseguido a subida à Primeira Liga apenas em 2003. Mas as ambições são muitas, após terem eliminado o favoritíssimo Bolívar com duas vitórias em dois jogos (2-1 em ambas). O treinador é o boliviano Sérgio Apaza, que recentemente quis deslocar-se ao México para observar alguns jogos da Liga Interamericana (principalmente os do Atlas) mas não o fez por dificuldades na obtenção de um visto para entrar naquele país.

A grande figura do La Paz é o internacional boliviano Ronald Gutiérrez, considerado o melhor jogador da Liga Boliviana em 2007, eleito pelos adeptos o motor da equipa e responsável pela presença na pré-eliminatória da Libertadores. O plantel deverá ser o mesmo da época passada mas Sérgio Apazo já pediu um guarda-redes e um lateral-esquerdo aos responsáveis administrativos do clube.

À partida, o Atlas é favorito mas o La Paz também eliminou o fortíssimo candidato Bolívar, destruindo todas as expectativas, até de alguns responsáveis do clube. Sérgio Apazo já disse: “Vamos dar tudo o que temos. Respeitamos o Atlas mas nunca foi impossível sonhar”.

Alberto Spencer

Cruzeiro ou Cerro Porteño

Cruzeiro venceu a primeira Libertadores em 1976
Cruzeiro e Cerro Porteño são duas das equipas que contam com melhor índice de participação na Libertadores. Os paraguaios do Cerro Porteño são sextos no campeonato absoluto. Mesmo sem contar com qualquer título no palmarés, o Cerro Porteño tem 31 participações, em que alcançou 91 vitórias, 70 empates e 80 derrotas (241 jogos), com uma diferença de golos de 326-315.

Já a equipa brasileira de Belo Horizonte ocupa o 20.º lugar apesar de ter apenas nove participações. Com menos de um terço das participações do adversário da pré-eliminatória, o Cruzeiro conta com dois títulos (1976 e 1997) e tem mesmo o melhor aproveitamento de todas as equipas com pelo menos duas participações: 51 vitórias, 13 empates e 20 derrotas, com 162 golos marcados e 88 sofridos.

O Cerro Porteño é orientado pelo treinador argentino Javier Luis Torrente, que é também preparador físico e conta, entre outras coisas, com passagens pelo Barcelona e Vélez Sarsfield. Sem ter tido qualquer jogador na última edição da Copa América, a presença do avançado paraguaio César Ramirez, antigo jogador do Sporting, é a principal curiosidade.

Já o Cruzeiro é uma equipa com uma ligação ainda maior a Portugal. No entanto, Alecsandro, ex-avançado do Sporting, já não consta dos quadros da equipa depois de ter sido vendido ao Al Wahda dos Emirados Árabes Unidos. No entanto, as saídas não se limitaram ao ataque (Carlinhos Bala foi para o Sport e Roni também deve abandonar), já que o treinador também já não é Dorival Júnior, que saiu para o recém-promovido Coritiba, mas sim Adilson Batista.

Para atacar a Libertadores, o Cruzeiro já fez várias contratações com principal destaque para o guarda-redes Andrey (Steaua Bucareste), o central equatoriano Giovany Espinoza (Vitesse) e o avançado Marcel (Grémio).

Falta apenas dizer que o vencedor desta pré-eliminatória ficará no grupo 1 com San Lorenzo (Argentina), Caracas FC (Venezuela) e Real Potosí (Bolívia).
Enzo Francescoli

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Arsenal de Sarandí ou Mineros de Guayana

Arsenal de Sarandí (Argentina) e Mineros Guayana (Venezuela) vão ser as duas primeiras equipas a entrar em campo para discutir um lugar na fase de grupos da Copa Libertadores Santander de 2008. Se os argentinos vêm de uma motivadora conquista da Taça Sul-Americana, o primeiro troféu internacional da história, os venezuelanos do Mineros de Guayana procuram chegar à quarta participação na prova. O vencedor das duas mãos ficará incluído no grupo 8, juntamente com Libertad (Paraguai), LDU Quito (Equador) e Fluminense (Brasil).

O Mineros de Guayana são a 139.ª equipa no campeonato absoluto da Libertadores e a 16.ª equipa venezuelana. Nas três participações que tiveram, conseguiram apenas uma vitória, a 25 de Fevereiro de 1990 frente aos também venezuelanos do Pepeganga Porlamar. De resto, contam com quatro empates e nove derrotas. Marcaram oito golos e sofreram 27.

Fundada em 1981, a equipa do Mineros de Guayana tem tido um desenvolvimento sustentado, apesar de permanecer desconhecida para uma grande parte dos adeptos de futebol. Stalin Rivas é o actual treinador da equipa e, na altura da apresentação, afirmou que confiava no plantel para “chegar ao campeonato e à Libertadores com saúde física para resistir o máximo possível”.

Do lado contrário, o Arsenal procura uma presença histórica na prova. O título da Sul-Americana, depois de vencer River Plate na meia-final, após grandes penalidades, e América do México na final, veio trazer maior motivação à equipa fundada pelos irmãos Grondona no final da década de 50.

O técnico Gustavo Alfaro goza de grande notoriedade na equipa e jogadores como José Luis Calderón (16 jogos e 6 golos no último Apertura) trazem experiência acrescida ao plantel. Para atacar a Libertadores, a equipa já promoveu três contratações: Carlos Báez (Independiente), Luciano Leguizamón (Gimnasia LP) e Cristian Pellerano (Racing). Pelo lado contrário, Mariano Bray, Franco Caraccio, Martín Civit, Israel Damonte (Asteras Triplos - Grécia), Gastón Filgueiras, Santiago Raymonda e Leonardo Ulloa (Olimpo) abandonaram o plantel.
Enzo Francescoli

domingo, 20 de janeiro de 2008

A visão de um aposentado de luxo

Todos os admiradores que acompanham as edições da Copa dos Libertadores o conhecem muito bem. Campeão da prova em quatro ocasiões, uma ao serviço do Veléz Sarsfield e as outras três pelo Boca Juniors, El Virrey é um dos maiores ausentes da competição em 2008. Mas as alcunhas que merece dos adeptos não ficam por aqui. É nada mais nada menos que o Mister Libertadores, tal a sagacidade táctica que coloca nas suas equipas, terminando a competição com o troféu na mão.

É um perito no futebol da América do Sul apesar de ter treinado mais clubes europeus desde que iniciou a carreira como treinador/jogador, em 1984/85, nos franceses do Stade Reims. Está aposentado desde que saiu do Atlético de Madrid no final 2004/05, mas ainda no mês passado se falou nele para suceder a Miguel Angel Russo no Boca Juniors (porque será) e até o clube campeão da Venezuela, o Union Atlético Maracaibo, que vai participar na Libertadores, já pensou nele para o comando técnico. Só podia estar a falar de Carlos Bianchi, para mim, o grande ausente desta edição da Copa dos Libertadores.

Bianchi treinou o Velez Sarsfield de 1993 a 1996 e "só" ganhou três campeonatos argentinos (Clausura 93; Apertura 95 e Clausura 96, uma Libertadores (1994), Mundial Interclubes (1994) e uma Copa Interamericana (1996); depois rumou ao Boca Juniors em 1998 e limpou 3 (!) Libertadores (2000, 2001 e 2003) e 2 Mundiais Interclubes (2000 e 2003). Todos os participantes vão ser observados por um "olheiro" de luxo. Não sei porquê mas tenho a impressão que esta edição da prova não vai terminar sem Bianchi num banco de suplentes de um clube participante.

A reforma pode ficar para depois, porque a competência não tem idade. Já se sente a falta dele nos relvados... e acho que ele já sente a falta das emoções sul-americanas. O perfume de Bianchi não sai da lista dos directores-desportivos. Por isso, aguardemos confiantes, que ele vai regressar...
Alberto Spencer

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Organização sinónimo de sucesso


A 10 dias do início da Copa dos Libertadores da América do Sul 2008 abro oficialmente este blog que tem por missão analisar a prova e todos os seus factores de interesse: Equipas, treinadores, jogadores, grupos, surpresas, contratações, combates de titãs e outros pormenores mais escondidos ao comum leitor. A Libertadores tem início a 29 de Janeiro, com os seis jogos de pré-eliminatória sendo que para seis equipas, o sonho de participar na prova mais importante disputada no outro lado do Atlântico vai cair por terra antes da fase de grupos. E nada melhor que inaugurar este blog com os últimos finalistas na Mira: Boca Juniors (vencedor) e Grémio de Porto Alegre (vencido). Dos dois, só o primeiro está presente na edição 2008 e é curioso ver que no Grémio tudo mudou. Já o Boca fez alguns ajustes no plantel e, à partida, parece estar mais forte, embora estejamos ainda no plano teórico.


Primeiro o Grémio: é impressionante a debandada de jogadores. Mas antes disso, o arquitecto que guiou os gaúchos à Final, Mano Menezes, já comanda o Corinthians, na 2.ª divisão. Depois, dos 15 jogadores que participaram nos dois embates da decisão da prova, 12 (!) já não jogam no Grémio. É por isso natural, que a equipa não tenha a possibilidade de marcar presença constante na Libertadores pois a estabilidade é condição essencial para o sucesso de uma equipa. Em seguida, apresento os finalistas por posições e os clubes para os quais se transferiram: Sebastian Saja (GR- San Lorenzo); Patrício (DD – Portuguesa), William (DC – Corinthians), Teco (DC – não saiu) e Lúcio (DE – Palmeiras); Diego Gavilán (MC – Flamengo), Diego Souza (MC – Palmeiras), Lucas (MC – Liverpool) e Tcheco (ME – Al-Ittihad); Tuta (AC – dispensado) e Carlos Eduardo (AC – Hoffenheim). Suplentes: Sandro Goiano (MC – Sport), Douglas (MC- não saiu), Rolando Schiavi (DC – Newell´s Old Boys), Everton (MAC – não saiu) e Amoroso (AC – Aris Salonica). A equipa não ofereceu resistência ao Boca Juniors pois perdeu 0-3 na primeira mão no La Bombonera e voltou a ser derrotado no Olímpico por 0-2. Apesar de não participar na edição 2008, o clube contratou 10 reforços, sendo os mais sonantes Roger (ex-Corinthians e antigo jogador do Benfica) e Edixon Perea (avançado colombiano ex-Bordéus), além de estar a pensar em Julio dos Santos (Bayern Munique). Um projecto novo para o técnico recém-chegado Vágner Mancini.


Já o Boca Juniors, também dispensou o técnico, Miguel Angel Russo, para ir buscar Carlos Ischia. E, após intensas negociações, assegurou o estratega da equipa, que muita falta fez no embate da Final do Mundial de Clubes diante do AC Milan: Juan Roman Riquelme, o camisa 10 e organizador de jogo dos xeneizes. Quanto a movimentações de mercado, as habituais para um clube estável, organizado e habituado a títulos: saíram 4 e entraram 3, tendo um júnior subido ao escalão principal, prática recorrente dos clubes argentinos. Foram vendidos Daniel Diáz (DC – Getafe), Clemente Rodríguez (DE – voltou ao Espanyol após empréstimo), Ever Banega (MC – Valência) e Sérgio Orteman (MAD – Belediyespor, da Turquia); e contratados Lucas Castroman (MADC – ex-América), Paletta (DC – ex-Liverpool) e Júlio César Cáceres (AC – ex- América), tendo o jovem defesa-central Maidana sido promovido. O restante plantel ficou inalterável, e, para quem viu a final do Mundial de Clubes, percebeu-se que ao Boca faltou apenas um elemento que conseguisse fazer a ligação do meio-campo ao ataque, pois a fase de construção de jogo era feita a partir de Battaglia e Banega mas Palermo e Palacio nunca foram servidos convenientemente no ataque. O elo de ligação chama-se Riquelme, que regressa ao clube do coração para tentar ajudar a repetir o feito alcançado duas vezes na história do clube: ser bicampeão da Libertadores.

PS: A edição 2008 da Libertadores dá lugar a muitas surpresas, a avaliar pelos clubes que já estão garantidos na fase de grupos. A começar pelo estreante Universidad San Martín. Aguardemos pelos primeiros confrontos… conseguirão os favoritos Cruzeiro, Arsenal de Sarandí, Atlas e Lanús confirmar as expectativas?... As surpresas podem começar aqui…

Alberto Spencer

Quem foi José Luis Chilavert?

A 27 de Julho de 1965 nasceu José Luis Félix Chilavert González, ou apenas Chila, como ficou conhecido pelos amantes do futebol, principalmente os compatriotas paraguaios. "Guarda-redes por vocação e porque têm um equipamento diferente dos outros", como uma vez contou à imprensa argentina, Chilavert tornou-se um dos mais famosos guardiões de todos os tempos pela grande qualidade patenteada, pelo comportamento irascível e... pelos golos que marcou.

Exímio batedor de livres, o craque que nasceu para o futebol no Sportivo Luqueño lá da terra, foi cativando o interesse de emblemas maiores e foi subindo degraus, com passagens por Guaraní (Paraguai), San Lorenzo de Almagro (Argentina), Saragoça (Espanha), Estrasburgo (França) e Peñarol (Argentina).

Contudo, o grande destaque foram os anos gloriosos em que envergou a camisola dos argentinos do Veléz Sarsfield, onde conquistou "só" 3 Torneios Clausura, 1 Torneio Apertura, 1 Taça Libertadores, 1 Taça Intercontinental, 1 Taça Interamericana, 1 SuperTaça sul-americana e 1 Recopa sul-americana, para além de 3 distinções individuais como melhor guarda-redes da Argentina.

Com 62 golos no currículo, foi durante alguns anos o guarda-redes com mais golos na história do futebol, entretanto superado pelo brasileiro Rogério Ceni. Eterno.

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Quem foi Enzo Francescoli?

Enzo Francescoli Uriarte é, na opinião de muitos, o melhor jogador estrangeiro de sempre que actuou na Argentina e considerado mesmo o melhor de sempre do River Plate. Uruguaio de nascimento (1961), Enzo começou a carreira ao serviço dos Wanderers, com apenas 19 anos.

O futebolista que ficou conhecido como o “Príncipe” viu o seu valor enquanto futebolista rapidamente reconhecido, acabando por ser transferido para o país vizinho, a Argentina. Foi no Monumental que Enzo maravilhou os adeptos e iniciou uma vida de reconhecimento internacional. Depois de uma primeira passagem de quatro épocas nos Millionarios, Francescoli aventurou-se no estrangeiro, representando o Matra Racing, clube que Artur Jorge chegou a treinar, e o Olympique de Marselha em França, e o Cagliari e Torino em Itália.

Na Europa pode ter ganho apenas uma liga francesa, mas acabou por influenciar decisivamente um dos grandes jogadores do século XXI, Zinedine Zidane – um confesso admirador do uruguaio.

Cumprida a aventura europeia, Enzo Francescoli regressou ao clube que o lançou para a ribalta. Depois de já ter conquistado uma Libertadores (1986, apesar de não ter jogado a final), Francescoli conseguiu repetir o feito, precisamente dez anos depois.

A nível individual, os prémios e distinções seguiram-se uns atrás dos outros. Por duas vezes considerado o melhor jogador da América do Sul, juntou ainda cinco distinções de melhor jogador uruguaio, uma de melhor jogador da liga francesa e duas de melhor jogador da América do Sul.

A título de curiosidade, ambas as Libertadores ganhas por Francescoli, o adversário da final foi o América de Cali, da Colômbia. Em 1997, abandonou o futebol.

Quem foi Alberto Spencer?

Alberto Pedro Spencer Herrera (1937-2006) pode ser um nome desconhecido para a maioria dos adeptos de futebol. Mas este avançado equatoriano, nascido a 6 de Dezembro de 1937, é o melhor marcador de sempre da Copa dos Libertadores da América do Sul, com 54 golos.

Este artilheiro apareceu no Everest de Guaiaquil na época 1955/56, mas representava o Barcelona do Equador em partidas não oficiais. Foi precisamente numa dessas partidas, diante do Peñarol, em que apontou um hat-trick, que o treinador do clube uruguaio exigiu a sua contratação. O “Cabeça Mágica” como era apelidado, foi tri-campeão da Libertadores e duas vezes vice-campeão, sendo o avançado mais temido do continente americano – isto numa época em que também jogavam Pele, Garrincha e o argentino Sanfillipo.

Na Selecção Equatoriana, destacava-se dos demais, tendo ainda representado o Uruguai, ao serviço do qual apontou um golo em Wembley, numa digressão dos alvi-celestes à Europa, despertando o interesse dos ingleses em naturalizá-lo. Mas Spencer, em partidas oficiais, só admitia representar o Equador. Representou o Peñarol 12 anos, nos quais conquistou 8 títulos uruguaios, 3 Copas dos Libertadores e 2 Taças Intercontinentais.

Marcou ainda 6 golos em Mundiais de Clubes, sendo neste ponto superado apenas por Pelé: 7. Para infelicidade de todos os verdadeiros adeptos do futebol em geral, Alberto Spencer morreu a 6 de Novembro de 2006, deixando a sua indelével marca na história do futebol mundial.